A muito tempo eu carrego uma mochila
Dependurada na garganta do viver
Ensinamentos do meu tempo de menino
Que nem que eu queira não consigo esquecer
Garrão rachado das geadas que caiam
Buscando vacas cinco horas da manhã
Quando os terneiros me espalhavam me faziam
Cruzar no braço o arroio do saicam
Aquele tempo me deixou saudade
Da terra amada que viu crescer
Onde deixei minha felicidade
Nos olhos tristes do meu bem querer
Quando recordo o velho rancho de capim
Onde eu sonhava em mudar de parador
Sinto a saudade gritando dentro de mim
De um rancho pobre mas tão rico de amor
Hoje carrego em minha mala de garupa
Muitos pessuelos que esta vida me deu -
Quem não pisou o chão agreste da campanha
Passou de largo nesta vida e não viveu
Aquele tempo me deixou saudade
Da terra amada que viu crescer
Onde deixei minha felicidade
Nos olhos tristes do meu bem querer